O tempo gigante assustando o relógio que permanece intacto, sobre a beleza da chuva de prata que cai sobre o telhado do meu mundinho.
Eu poderia até fugir no auge do meu desespero ridículo e acentuado.
Ou até enfrentar as barreiras mais pesadas que meu coração teima em tolerar sempre.
Mas não prefiro me enfiar debaixo dos meus ínfimos pensamentos e ficar ali escondida, até que a chuva pare e eu consiga estabilizar meus pulsos que se repelem de mim.
Meu amor foi pisado, massacrado, jogado do 15º andar e ainda sobrevive a tamanha fratura.
Preciso urgentemente de um conserto, ando de muletas e ainda persisto na idéia de continuar jogando com isso.
Eu não me engano, por mais que eu tente. As risadas que estão alojadas na minha boca ainda querem sentir o toque de algo que as faça tremer. E posso dizer a vida é assim... eu sei, enfim, o que vou fazer?!!!
Cantar? trabalhar, escrever, dormir e onde está a minha vontade de vibrar?
O ócio do amor me fez acreditar que ainda tem jeito. Que de alguma maneira absurda eu vou levantar e ainda vou colocar no papel todas as minhas loucuras planejadas, todos os suspiros felizes que estão estocados nesse peito atolado de incertezas.
Nem que todos esses sentimentos borrem a minha sanidade, eu sei que vou levantar.
E mesmo sabendo que todas as melhores frases se resumem em simples clichês, eu ainda acredito... em algumas delas.
Eu vou acreditar em você, depois que todas essas verdades forem colocadas frente a frente, eu poderei decidir.
É insuportável essa poeira de dor, querendo cair sobre a minha cabeça, mas cada movimento hoje está perigoso demais. Então não me movo. Fico estática.
Suplico baixinho que as pedras da minha desilusão não me cerquem, nem que o destino demore demais.
Talvez eu ainda te espere, mesmo que sejas inconquistável...
Eu já treinei tanto e não sei se desisiti de você.
Você ficou do lado de fora de tudo aquilo que hoje me lembra saudade.
Peço desculpas por minha falta de conclusão, sentimentos são aflorados, outros se apagam.
As luzes que hoje me fazer ver o mundo.
Amanhã te trarão aqui.
Só não sei pra onde irão te levar...
