Tento não pensar em você


Eu tento não pensar em você. Eu tento.
Eu vou me esparramar no sofá da sala, tomar uma coca-cola e reprimir a sua presença constante aqui dentro do meu pensamento. Não consigo medir com palavras, a clareza dos fatos se perdem dentro da minha inconstância. Me proibo de pensar coisas à seu respeito.
Eu preciso saber que horas você vai dormir, preciso saber se está com frio ou calor.
Eu preciso ter certeza que você vive, mesmo que seja longe de mim. E que respira, que sente o mesmo que eu. Que possa tocar minha inocência exagerada com urgência e me levar contigo pra qualquer lugar. Meu coração pulsa involuntariamente em ordem descoordenada seguindo as leis dos meus pensamentos absurdos.
Tento de forma execessiva não olhar para trás, cada passo em falso é um rastro amargo de insolúveis lágrimas desequilibradas que se agrupam em minha face. Talvez eu congelasse ao sentir que poderia te encontrar em algum canto da cidade, ou talvez eu pudesse te abraçar sem mistérios. Escondida da própria culpa, do próprio erro.
Tenho paciência, aguardo a minha busca por você de longe ou perto, eu sinto apenas...
E se já não tenho medo, a veia da lucidez me arranca das minhas vontades.
Eu me agarro forte, na intolerância das minhas perfeições e faço tudo errado.
Deixo você ir, mesmo sem nunca ter vindo.
E me espremo nos muros das limitações, que me cercam, que se alojam aqui ao meu lado.
Eu sei que seria o máximo, eu sei que seria feliz, mas ainda assim... não tento.
E te espero mediante as ilusões mais bonitas, te cerco nos pensamentos e tento não pensar...
Mas na verdade em penso muito, muito em você.
Penso nas coisas mais tolas, nas suas palavras descritas diferentes das minhas, penso que você está aí e eu aqui, não posso te tocar.
Não mesmo, ainda assim eu penso.
E gosto, gosto de saber que também pensas.
Que apesar de tudo HOJE ser tão proibido, poderia voltar a ser algo bonito.