Numa bola de ar.
Não tem conselho de amiga que dê jeito. O cara pode chegar e dizer com todas as letras que não quer mais nada e nunca quis, pode fazer e falar o que for, ficar com a sua amiga, sua vizinha, sua prima. Você tem mil argumentos na manga, pra ver todo e qualquer vacilo com babados cor-de-rosa. Coleciona desculpas, pra que toda a culpa do cara mais idiota do mundo, pareça acidente ou fique minúscula e desculpável. O mundo pode gritar a verdade no seu ouvido, o cara esfrega ela na sua cara, mas você prefere permanecer de olhos fechados e ouvidos tampados, brincando de se enganar. Esqueceu como se brinca de ser feliz. Você e sua dor, presas numa bola de ar. Sua opção, triste e solitária. A menina de antes não precisava suplicar amor, ter alguém do lado dela por pena. Agora vamos fazer as contas: Você era linda em todos os sentidos possíveis, agora é o que? Perdeu o sorriso incrível, a paz, o encanto, a leveza, o amor-próprio. Perdeu o valor, se guardou no bolso de um imbecil, pequena e compacta. Quem ia querer alguém assim? E a menina que sonhava grande? Seus sonhos não cabem no bolso dele, abriu mão também? Eu posso entender seu sacrifício sem recompensa, mas agora me responde só uma coisa: O que você ganhou, além de dor? Sua felicidade não cabe na bolha de ar. Se nem você se ama, como pode pedir isso pra alguém? Sai desse bolso, princesa. Você é mulher, dele ou não. Não é moeda. Azar de quem te perdeu! Deixa ter sorte, quem te encontrar.