Com respeito.

Homem que fala mal da ex: não confio. Eu posso e vou fazer esse papel como ninguém, não preciso de ajuda. Vou debochar das roupas, criticar o cabelo, o jeito de falar, vou frisar a falta de noção e vou compartilhar meu sentimento de desprezo por um post da bonita de fevereiro de 2005. Porque sim, eu vou revirar essa timeline até a data do nascimento. Talvez eu não divida todos esses prazerosos momentos com o boy, mas certamente choverão prints no WhatsApp das minhas amigas. Mas eu sou mulher e sou a atual, logo, essa é a minha função. É a natureza que corre pelas minhas veias e grita pelos meus poros: veneno. De mulher pra mulher. A gente sabe que é assim que funciona. Cara feia de sobra e, mesmo se não existir defeito, a gente arruma mais de mil. Tudo isso perfeitamente maquiado com um insuportável ar de superioridade e jogação de cabelo, quando a gente esbarra com a figura em alguma esquina da vida. Mas eu, veja bem, não tenho e nunca tive nenhum laço afetivo com a sujeita. Ela nunca sonhou filhos comigo, nem nunca fizemos planos juntas. Nunca nos juramos amor, nem eterno nem a curto prazo. Eu nunca tive o corpo, a alma, o sorriso dela numa noite qualquer. Nunca curtimos o silêncio, olhando pro teto e agradecendo pela paz no peito. Então eu posso. Mas não admito que o bonito fale da infeliz com desdém. Carinha de nojo, cuspindo no prato que comeu. Não admito porque, um dia, ambos se fizeram felizes. Não quero ouvir palavras pesadas, detalhes sujos dela. Não quero saber no que ela era ruim e o quão ruim era. Não quero que faça tão pouco do que um dia foi tudo pra outro alguém. Quando o assunto é hombridade, respeito é o mínimo. Amanhã, quem sabe, a ex sou eu. E não quero meus detalhes expostos por um menino.