Conheci uma garota que não sabia nada da vida, ainda não sabe muito, mas se for comparar com anos atras... bom, ela está bem diferente agora.
Eu sempre á achei feliz demais pra coisas bobas e triste demais pras mesmas coisas bobas, acreditava em tudo e todos, não sabia distinguir os falsos porque realmente acreditava nas pessoas, acreditava em amor ali na esquina, aqueles dos filmes onde a moça esbarra no cara e pronto é amor eterno, amava filmes mamão com açúcar, que a gente já sabe como termina mais mesmo assim assisti. Tinha uma coleção desses filmes. Não sabia se vestir,colocava qualquer coisa e pode se dizer que nem sabia o que era salto. O cabelo sempre do mesmo jeito... era bonita sim, mas um pouco desarrumada. Se achava feia, se atingia por qualquer palavra mais agressiva e por isso aceitava qualquer um que a fizesse sentir um pouco especial. Se envolvia com os piores cafajestes e acreditava em cada palavrinha ''bonitinha'' que eles falavam, dizia pra mim na maior felicidade do mundo que o moço era um príncipe... não sabia muita coisa coitada.
Não sabia que esses caras ''fofinhos'' eram na verdade os piores tipos de homens, que histórias de filmes mamão com açúcar são só histórias como os contos de fadas dos livros. Não sabia que as pessoas falsas parecem pessoas boas a primeira vista, não sabia que aqueles há quem um dia chamou de amigos lhe enfiariam a faca pelas costas, não sabia nadinha... Tive então que ver essa moça chorar por tudo isso, com soluços e tudo, a abracei e disse que um dia isso tudo passaria.
Daí reencontrei com ela esses dias, a moça ainda carregava um sorriso no rosto como antes, ainda se encantava pelo simples... mas tinham que ver, parecia outra mesmo sendo a mesma. Usava um vestido daqueles de fazer inveja com um salto agulha e uma bolsa de mão,e batom nos lábios, parecia outra... tão feminina, tão, tão mulher . E ela me contou que terminou a faculdade e agora morava sozinha, que a vida andava dura, mas que amava o trabalho, me contou de tudo menos de homens. Curiosa em como andava a vida amorosa da moça perguntei - e os namoros, e os choros, e os cafajestes? e as horas manchando travesseiros, e as músicas tristes, aquela ingenuidade que tinha, e a coisa de acreditar em qualquer um?
E ela mais do que satisfeita me respondeu:
- Passou.