Do meu jeito, e ponto.

Eu não jogo! Queria andar com um crachá escrito isso, todos os dias. Um dia eu tava no banheiro de uma casa de festas bem badalada e ouvi uma menina dizendo pra amiga "É minha filha, tem que saber jogar!" e elas riram. Essa menina tava começando a ficar com um menino lindíssimo, que tinha mil outras garotas atrás, na frente, dos lados. Eles tão namorando há anos, felizes, acho que vão noivar. Tá errada ela? Tô errada eu? Não sei, mas posso garantir que a vida pra ela é muito mais simples. Se eu quero ficar com alguém e houver uma oportunidade, eu não vou enrolar mais uma semana, um mês. Fazendo ele esperar, eu espero também e não nasci pra isso. Eu sei bem que quando você é indiferente, eles te dão muito mais atenção e toda essa coisa. Tenho preguiça de quase todos os caras que eu já fiquei e minha preguiça desperta paixão, "amor", flores e declarações. Minha atenção é sempre sincera e bem menos valorizada, já notei também. Se eu gosto, não consigo fingir indiferença, não curto máscaras nem quando são "saudáveis" ou “necessárias”. Se eu digo não, eu quero dizer não, sem "mas" ou entrelinhas! Não me faço de difícil, não minto, não tenho medo de ser julgada fácil, não me faço e ponto, acho que é bem por aí. Gosto de você? Te digo. Não gosto? Deixo claro. O que você quiser saber, te conto, verdades em pratos limpos, nosso almoço e nosso jantar. É um jeito bem mais complicado de se levar a vida, mas eu nunca fui fã de facilidades, confesso. E se o preço a se pagar por isso é gente indo embora, adeus, deixo a porta aberta. Nunca me ausentei de mim pra prender um cara ou uma amiga. Sempre fui completamente eu, sem me transformar em pecinha de jogo por uns dias, ser fantoche das próprias regras friamente elaboradas. Admiro a praticidade da menina do banheiro. Mas acho que tem que ser sincera, minha filha.