Vou sentir falta das brincadeiras, dos risos, das piadas, das brigas, das discussões, dos gritos. Vou sentir falta dos primos menores correndo pela casa, dos maiores no telefone com os amigos, da vovó chamando todos para comer, do vovô distribuindo ou reclamando de dinheiro.
Um dizendo: - Fulaninho para de correr!
O outro gritando: - Mãe pega a toalha!
E outros: -Cadê o controle da TV?
- Alguém viu meu celular?
- Você não sabe brincar.
- Você ta roubando!
- Mãeeee a toaaalha!
- Sai da frente!
- Cala a boca menino!
- Fala baixo!
- Quem vai comprar a cerveja?
- Cadê o refrigerante?
E a vovó insistindo: - O almoço ta na meeesa! Vai ficar frio!
Eu não quero nem imaginar quando tudo isso acabar, quando não existir mais o vovô e a vovó pra unir todos, pra comemorar, pra cozinhar, pra reclamar, pra defender. Quando cada um seguir seu caminho, cada um for para um lado, quando não existir reuniões de toda a família, quando a família for apenas o pai, a mãe e o filho, invés de toda a população que os avós reúnem e dizem ser “apenas os parentes mais próximos”, não sei o que vou fazer quando perder esses momentos simples e felizes, as reuniões aos domingos, os churrascos, a família.


(mayara cruizer).