Sim, eu me importo.

Talvez eu seja meio indecifrável, ou talvez indecisa demais. Talvez eu saiba bem das coisas que eu quero; só fique exausta de lutar por elas cedo demais. Talvez me canse esse ciclo vicioso, essa vontade de resolver logo as coisas ou essa minha mania de procurar uma solução para tudo. Nem tudo tem uma. Não sei se acordarei um dia sem pensar que sempre pode ter outra pessoa melhor para ficar aqui. Outra pessoa que seja corajosa, que não tenha medo de nada e que não deixe as pessoas que ela tanto ama escaparem. Essa pessoa não sou eu… que sonha demais com as coisas mas não busca por elas verdadeiramente. Mesmo que por dentro, eu esteja nesses sentimentos desenfreados o tempo todo, essa confusão ou essas lágrimas que nunca são expressas, eu não sei como sempre acho um sorriso e finjo que não tenho problemas.
Engraçado eu mesma me enganar, quando sei muito bem as pessoas que eu quero perto de mim. Pena que me falta a coragem para dizer que as quero por perto. Que não sou tão idiota quanto pareço e que minhas palavras falam muito mais do que qualquer ação. Mas essas sempre escapam-me pela boca, sempre fogem de mim e eu nunca as encontro em lugar nenhum. Por quê? Logo eu, que tenho tanta certeza dos meus sentimentos? O motivo certeiro de tudo isso é que eu sempre acho que as pessoas se importam comigo do mesmo jeito que eu me importo com elas. Talvez algumas exceções, mas o fato é que eu não quero que elas desistam só porque eu não consigo ser o que elas querem.
Mas espero que alguns nunca duvidem do que eu sinto por eles. Mas como vão saber, se eu nunca falo? Como vão saber se de mim só vem uma atitude indiferente, uma atitude que tenta nunca demonstrar nada? Nunca demonstra nada com medo demonstrar tudo. Com medo de demonstrar toda essas coisas que ficam presas no meu coração sem ter hora pra sair. Que já estão aqui há muito tempo, logo, já aprendi a conviver com elas. Mas eu queria que elas fossem embora. Mas acabam voltando de um jeito ou de outro. A dor por não fazer o que eu realmente quis ou arrependimento por hesitar demais. Mas o que posso fazer? Não posso culpar ninguém quando a culpa é minha, e só minha. Quando por dentro eu grito que sim, eu me importo. Quando eu grito que gosto muito mais do que aparento; que procuro pela mesma pessoa todos os dias. Incansáveis horas, minutos e segundos. Mesmo que finja que não, mesmo que a maioria não perceba. Mesmo que eu fique sentada em um canto fingindo que está tudo bem. Não. É tudo mentira. Uma mentira qualquer que esconde que eu me apaixono demais. Preciso demais, tenho urgência demais e não quero viver esperando pelas coisas. Então porque deixo tudo escapar? Pelo medo de que esteja errando e que essas pessoas não voltem mais? Talvez seja isso. Ou talvez eu só tenha medo de perder o que sempre acaba indo; depois volta por um tempo e me faz acreditar que vai ficar por mais tempo. Eu só queria que você entendesse que mesmo que eu pareça indiferente, mesmo que eu erre muito, mesmo que eu coloque um sorriso falso no rosto ou mesmo que eu saia, vá embora, e depois finja que não me importei… Não é verdade. Eu me importo demais. Me importo tanto que é quase impossível de lidar. Me importo tanto que fiquei meses lidando com as mesmas coisas, mas mesmo assim nunca desisti porque era uma opção que eu não conseguiria suportar. Me importo tanto que nunca consigo explicar. Eu só… amo.

Mesmo que seja difícil demonstrar.